Após semanas de negociação e com o surgimento de 14 candidatos, o novo presidente da Câmara dos Deputados é Rodrigo Maia (DEM-RJ), após eleição em que teve apoio de uma inusitada união entre partidos como o PT, e a antiga oposição liderada pelo PSDB. Maia terá a missão de conduzir o processo de cassação do ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB).
Na quinta-feira (14) após três tentativas, a Comissão de Constituição e Justiça rejeitou recurso de Cunha para que a ação fosse votada novamente no Conselho de Ética. Com isso, a cassação por falta de decoro deve ocorrer em agosto já sob o comando de Maia.
“Vamos colocar em votação quando [o processo] estiver pronto para tal. Não estou aqui nem para ajudar, nem para prejudicar o Eduardo”, afirmou Maia, que tentou adotar o tom da pacificação da Câmara. “Sem a esquerda não venceria. O resultado da votação provou que é possível construir novo momento. Tivemos votos da base e da oposição”, afirmou.
Maia derrotou Rogério Rosso (PSD-DF), que era considerado um aliado de Cunha. Ambos são da base do presidente interino Michel Temer (PMDB). O governo considerou positivo o fato de ambos terem ido ao segundo turno e derrotado Marcelo Castro (PMDB), apoiado pelo PT na votação inicial.
“Assistimos a pregação de uma harmonia interna na Câmara. Os dois candidatos [Maia e Rosso] se abraçaram. Eu senti que o Brasil está se distensionando”, afirmou Temer.