O Museu da Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP) devolveu três, das seis imagens de santos que foram vandalizadas na Igreja Nossa Senhora dos Remédio, na cidade de Osasco, em maio deste ano. As estátuas, produzidas na década de 1950, foram entregues no domingo (26).
A primeira imagem a ser restituída à comunidade religiosa foi a padroeira Nossa Senhora dos Remédios. Todo o trabalho foi coordenado pelo especialista em conservação e restauro, João Rossi. Ao todo, 13 profissionais fizeram parte da equipe de recuperação das obras.
Em entrevista ao Giro S/A, Rossi explicou como soube da destruição das imagens. “Eu trabalho com restauro há mais de 15 anos. Sou restaurador do Museu de Arte Sacra de São Paulo e cuido também do acervo e do restauro do Mosteiro de São Bento de São Paulo”, explicou Rossi. “Presto serviços a várias coleções particulares e instituições, principalmente igrejas e ordens religiosas. Conheci a Igreja Nossa Senhora dos Remédios quando o sr. José Carlos Marçal, diretor do Museu de Arte Sacra, comprometeu-se em viabilizar a recuperação das obras danificadas na igreja”, afirmou o restaurador.
No mesmo programa, João Rossi também explicou que os valores de uma restauração variam de acordo com o custo dos materiais, danos causados e mão de obra especializada. “É sempre importante buscar um especialista, pois o restauro, diferente das reformas, deve preservar a memória, buscar o original e não tentar “embelezar” as obras. O restaurador deve ser fiel a criação do artista”, esclareceu o profissional.
De acordo com uma matéria do programa “Bom Dia São Paulo”, da Rede Globo, que a imagem de Santo Ubaldo, feita de madeira e trazida da Itália há mais de 60 anos, estava cheia de cupins. Já imagem de Santa Cecília, que era de gesso, não teve sequer condições de restauro.
A restauração de outras três estatuas possuem previsão de conclusão e entrega para maio de 2022.
Entenda o caso
Dois homens e duas mulheres invadiram, na noite do dia 3 de maio, a Igreja Nossa Senhora dos Remédio e destruíram as imagens religiosas e outros objetos sacros. O quarteto fugiu de ônibus.
O caso foi registrado no 10º DP e investigado pelo 3º DP de Osasco. Em 1º de junho, três suspeitos foram presos pela Polícia Civil.
