O retorno das aulas presenciais ainda continua sendo um assunto polêmico na região. Em Barueri, o tema foi voltou a ser discutido na Câmara Municipal na sessão de ontem (18). Desta vez, o tema foi levado à discussão pelo vereador Rafael Carvalho (DEM). Para o parlamentar, a demora na volta às aulas presenciais pode prejudicar o processo de aprendizagem dos alunos da rede municipal e estadual de ensino. Em Barueri, o prefeito Rubens Furlan (PSDB) adiou duas vezes o retorno das aulas atendendo a reivindicação de pais e profissionais da educação.
“Alguns moradores têm nos cobrado a volta das atividades esportivas, pois, muitas possuem filhos que não tem espaço para poder brincar, pois não tem outra coisa. Além disso, temos a questão das aulas, imagino o atraso na vida dessas crianças. Muitas não têm mais de um computador e nem como orientar todos os filhos. Acredito que isso vai trazer um prejuízo e um impacto muito grande para as nossas crianças”, disse o parlamentar.
O vereador Kascata (PSL) afirmou que existem dois lados nesse impasse. “Particularmente, não mandaria meu filho para escola, pois a pandemia não acabou e está voltando forte. Do outro lado, temos os professores que estão sendo imunizados. Então, acredito que isso acaba ficando a critério dos pais. Acho que precisamos ouvir os pais e o que eles desejam e ver se isso mesmo é correto. É dolorido ver as crianças em casa e não nas escolas, mas o prefeito tem adotado todas as medidas para garantir o ensino. Porém, acredito que 90% dos pais não vão mandar seus filhos às escolas”, defendeu.
Durante a discussão do tema, o vereador Reinaldo Campos (Avante), apontou que a situação financeira das famílias também contribui para a não adesão da volta às aulas. “Temos informações de que muitos pais não querem enviar seus filhos para escola pois estão dependendo da cesta básica que é dada às famílias com as aulas remotas. Sabemos que não são todos, mas existem pessoas que dependem dessa situação”, acrescentou.
Já a vereadora Cris do Maternal (PSDB) enfatizou que muitos pais precisam do retorno das aulas, pois não possuem com quem deixar os filhos. “Tem pais que estão implorando a volta das aulas, pois já estão trabalhando e não tem com quem deixar as crianças, principalmente, os que estão na maternal. Nós temos condições de sentar por quatro ou cinco horas e dar aulas para nossos filhos e netos? Alguns sim, mas outros não tem condições”, pontuou.
Outra parlamentar que também falou sobre as dificuldades do ensino em casa foi a vereadora Dra. Claudia (PDT). “Assim como muitas mães, não consigo acompanhar integralmente o ensino das minhas filhas. Já ouvi muitos relatos de pessoas que não têm computadores para todos. Outras mães de pacientes que os filhos não conseguem se concentrar diante de um computador. Ninguém aqui viveu uma pandemia antes, então, tudo é novo, por isso, precisamos ter muita responsabilidade em todas as ações”, disse. A vereadora também acrescentou: “Nós profissionais da saúde estamos trabalhando todos os dias desde o começo da pandemia para salvar vidas, mesmo sem vacina, nós expondo a todo esse processo para salvar vidas, mas agora, nós temos que salvar a saúde mental dessas crianças. Todos os dias recebemos pedidos de avaliação psicológicas para crianças, adolescentes e adultos”, finalizou.
