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FAKE NEWS: candidatos contra um inimigo poderoso

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Combater as notícias falsas tem sido um dos grandes desafios do TSE (Foto: Divulgação/Freepik)

As fake news são um dos assuntos mais falados ultimamente. E com uma busca rápida no Google, por exemplo, é fácil encontrar a sua definição: “notícias falsas publicadas por veículos de comunicação como se fossem informações reais”. Esse tipo de texto, em sua maior parte, é feito e divulgado com o objetivo de legitimar um ponto de vista ou prejudicar uma pessoa ou grupo, geralmente figuras públicas.

As fakes têm o poder de viralizar, principalmente porque se espalham rapidamente. A persuasão ocorre principalmente entre a população com menor escolaridade, que depende principalmente das redes sociais para conseguir informações.

Com as eleições municipais chegando, o Jornal Giro S/A fez um levantamento e descobriu que nomes importantes da política da região oeste da Grande São Paulo, que faz parte do Cioeste (Araçariguama, Barueri, Cajamar, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba, Vargem Grande) já sofreram algum tipo de problema.

NA REGIÃO
O prefeito de Itapevi e candidato à reeleição Igor Soares (Podemos) foi uma das vítimas. A denúncia sobre o fato ocorrido com ele, inclusive, foi um destaque, publicado no próprio Giro S/A. Na época do ocorrido, mais precisamente em maio deste ano, Soares havia descoberto um perfil falso criado em seu nome e fez a denúncia na página oficial do Facebook. “Inacreditável que ainda há pessoas com tamanha má fé a ponto de criar uma conta fake com meu nome no Facebook”, disse. Soares lamentou que as pessoas utilizem o tempo para espalhar conteúdos falsos. “Estamos vivendo o momento mais difícil da atual geração em todo o mundo e ainda tem gente querendo promover desinformação. Minha sugestão é: use o tempo ocioso para ajudar o próximo e não para desinformar”, disse na ocasião.

Rubens Furlan (PSDB)prefeito e candidato à reeleição em Barueri, em convenção de seu partido, afirmou que a oposição vasculhava sua vida, inventando e denunciando coisas absurdas. Questionado sobre o assunto em entrevista publicada recente feito pelo Giro nas Eleições, o prefeito disse não considerar alguns fatos como fake  news, mas sim como uma espécie de sensacionalismo. “Eles (opositores) pegam uma coisinha pequena e faz ela virar enorme. Por exemplo, os shows. Durante uma época os shows eram feitos aqui (Barueri) sem licitação. Eu nem era prefeito quando isso começou porque eles (equipe do município) entendiam que não precisava da licitação. Na verdade não precisa licitar o contrato do artista, mas precisava do palanque, do som, da iluminação… E depois eu entrei, o secretário continuou fazendo do jeito que era… fizeram alguns shows, enfim. Era era um erro crasso, difícil, ruim… e isso aí, de fato, a gente tem de pagar por isso. Eles (opositores) colocaram isso como ficha suja, um negócio horrível. Outra coisa foi nós termos emprestado a Arena para fazer o aniversário de 100 anos da igreja Assembleia de Deus do ministério do Madureira. E lá, colocaram um painel com a minha cara e tal. Isso daí foi em 2011 e aquilo um “fato” de ficha suja, e não tem nada ficha suja! São questões eleitorais, que tem de ser resolvidas na Justiça Eleitoral”, declarou.

Já Silvinho Peccioli (PSB), ex-prefeito de Santana de Parnaíba e candidato ao cargo mais uma vez, precisou desmentir boatos que estavam circulando nas redes sociais no começo do mês de outubro deste ano. O problema  começou quando uma montagem feita em um veículo de comunicação de Santana de Parnaíba exibiu a foto do então pré-candidato, destacando que ele estava impugnado pela Justiça Eleitoral. A ação realmente existia e havia sido feita pelo Ministério Público Eleitoral, algo absolutamente normal no trâmite do processo de candidatura, a qual qualquer candidato está sujeito a passar, mas a questão se transformou em um grande problema quando os adversários políticos de Peccioli começaram a usar esse fato para criar intrigas e instabilidade durante o período de campanha. 

Problemas com fake news também atingiram prefeituras e empresas de municípios próximos. A prefeitura de Carapicuíba, por exemplo, teve que desmentir, em 2019, uma denúncia feita por uma munícipe no pronto socorro infantil (PSI) sobre descarte irregular de materiais coletados para exames. Já em Cotia, uma empresa de ônibus junto com a Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito do município tiveram que desmentir uma notícia sobre aumento de tarifas que circulou numa página no Facebook.

Igor Soares (Podemos), prefeito de Itapevi e candidato à reeleição (Foto: Divulgação/Facebook)

Rubens Furlan (PSDB), prefeito de Barueri e candidato à reeleição (Foto: Divulgação/Reprodução Facebook)

Silvinho Peccioli, ex-prefeito de Santana de Parnaíba e candidato ao cargo (Foto: Divulgação/Facebook)

LEGISLAÇÃO
Em Barueri, a Câmara Municipal votou e aprovou em abril deste ano um projeto do vereador Rafa Gente da Gente (DEM) sobre e o tema “fake news”. O texto aprovado busca conscientizar a sociedade sobre a gravidade e as consequências desastrosas do compartilhamento de falsas notícias, sobretudo por meio de computadores e celulares. “Faremos um trabalho forte de combate a essa prática de pessoas que se escondem atrás de redes sociais para disseminar informações caluniosas, que buscam prejudicar a vida de alguém”, afirma o parlamentar.

Com a nova legislação, ficou definida a divulgação periódica de campanhas de combate aos crimes relacionados às notícias inverídicas em veículos de comunicação oficiais, de grande circulação e mídias sociais da administração para atingir o maior número de pessoas. Também está previsto o trabalho de educação e conscientização nas escolas da rede municipal e órgãos do Poder Executivo, com a realização de palestras e seminários.

De acordo com a redação aprovada, ainda estão previstos convênios com outros municípios e estados para promoção de políticas públicas de combate a proliferação de notícias inventadas e mentirosas.

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