Na noite de quinta-feira (3), Marcos Tonho (PSDB), prefeito eleito de Santana de Parnaíba com o apoio do atual prefeito, Elvis Cezar (PSDB), participou de uma entrevista exclusiva no estúdio GiroPlay, na sede do jornal Giro S/A, em Osasco. Na conversa, estiveram presentes a diretora de redação do Giro, Cláudia Azevedo e o editor-chefe de online, João Felipe Cândido.
A entrevista faz parte de uma série que o GiroPlay está promovendo com os prefeitos eleitos das 11 cidades da região oeste da Grande São Paulo que fazem parte do Cioeste. Já foram sabatinados Rogério Lins (Pode), prefeito reeleito de Osasco, e Dr. Sato (PSDB), prefeito eleito de Jandira. A seguir, confira os melhores momentos do encontro com o novo prefeito. O link da entrevista completa está no final da reportagem.
Em agosto, o Giro antecipou uma pesquisa do Instituto MAS apontando que 49% dos entrevistados votariam em um candidato indicado pelo prefeito Elvis Cezar. Eleito com mais de 53% dos votos válidos, com o dobro de vantagem em relação ao segundo lugar, no caso o ex-prefeito Silvio Pecciolli, o cenário apontado pelo Giro foi assertivo. O senhor esperava ser eleito com um resultado tão expressivo?
Sabemos do trabalho que foi desenvolvido na cidade nesses oito anos. Nosso grupo é muito forte. O prefeito Elvis Cezar trabalhou muito. Eu comecei com zero na pesquisa, porque eu só era conhecido no meu redor. Então, de forma muito humilde, eu fui crescendo. Fui anunciado faltando cerca de 60 dias para as eleições, em 3 de setembro, quando outros candidatos já estavam em campanha ou pré-campanha. Essa votação se dá pelo trabalho. A transferência é difícil, só transfere voto quem trabalhou, e o Elvis apostou e transferiu 53% dos votos para o Marcos Tonho. Isso é uma conquista de um grupo, de um prefeito que realmente transformou a cidade. Então sempre falo que essa eleição é do grupo 45. A população reconheceu um trabalho de qualidade, transformador, de uma política nova de um prefeito jovem que veio para fazer história e está fazendo história em Santana de Parnaíba e no estado de São Paulo.
Foi anunciado hoje (3) que o PIB do país cresceu 7,7% no terceiro trimestre, o que confirma que o Brasil saiu da recessão técnica. Há poucas semanas de assumir o comando de uma das cidades mais ricas da região oeste da Grande São Paulo, que medidas o senhor vai colocar em prática para fomentar a economia de Santana de Parnaíba?
Preciso voltar um pouco no tempo: em 2013, pegamos uma cidade praticamente sem dinheiro para nada. Funcionário público sem salário, merenda atrasada, não tinha remédio, não tinha nada em nossa cidade. Quando o Cezar assumiu, a hemodiálise estava sem pagamento e com uma dívida de R$ 70 milhões. Isso se refletiu no decorrer dos oito anos pois tivemos que pagar. Hoje temos um bom PIB e ajuste fiscal porque tivemos um gestor que tirou a gordura, colocou o dinheiro público onde era necessário, e hoje temos uma reserva. Para ter ideia, o prefeito está deixando um hospital pago com dinheiro da prefeitura. Pegamos Santana de Parnaíba em uma situação difícil, mas hoje, graças a uma gestão fiscal justa, temos dinheiro em caixa, pagamos o hospital, que será entregue em dois anos e meio. Para fomentar isso, temos que fazer ajustes, gastar onde for necessário, economizar e aplicar o dinheiro público bem. Meu trabalho vai ser esse: aplicar o dinheiro público onde deve ser aplicado. Fomos eleitos a cidade número um do Brasil em ajuste fiscal sustentável. Nossa gestão está tão ajustada que os fornecedores e empresas querem concorrer, porque pagamos em dia. Isso é muito importante. Pegamos uma cidade falida e a tornamos positiva. O prefeito está entregando para mim, que sou sucessor dele, com dinheiro em caixa, R$ 50 milhões, para pagar o hospital que está sendo construído.
Diante de um cenário tão desafiador, com empresas sendo fechadas, com dificuldades, mesmo assim, a cidade de Santana de Parnaíba anunciou que irá congelar o reajuste do IPTU para o próximo ano. Com a arrecadação deficitária enfrentada pelos municípios, em decorrência dos reflexos da pandemia, seria um bom momento desse congelamento? Ou seja, a medida não pode comprometer as contas públicas?
Estamos com a economia ajustada. Como vereador, votei no projeto [de congelamento di IPTU] e que já foi até sancionado. Não se mexeu na planta genérica do IPTU. Taxa do lixo também permaneceu a mesma. É um momento em que a população está passando por dificuldade. Mesmo com o IPTU congelado, vamos fazer muito mais, pois estamos com as contas em dia em Santana de Parnaíba. A projeção do orçamento para 2021 chega a R$ 1,3 bi. Vai dar para trabalhar, tocar todas as obras e fazer muito mais pela população. Houve um plano de ajuste fiscal que foi trabalhado. Isso será mantido. O congelamento do IPTU foi uma forma de desafogar mais esse aumento para a população. O prefeito teve sensibilidade, mandou para a Câmara Municipal, que congelou. E não é só isso: são sete anos consecutivos de congelamento. Os serviços não perderam qualidade e estamos fazendo obras com obras próprias.
É notório que Santana de Parnaíba apresenta um dos melhores indicadores do Caged no que diz respeito a geração de empregos na região. De que maneira o senhor pretende dar continuidade a esses índices positivos?
Em 2019, fomos considerados o segundo município que mais emprega, de acordo com o Caged. Devido à pandemia, houve muitas perdas de emprego. O que vamos fazer: capacitar a população. Hoje temos a indústria 4.0, estabelecida em nossa cidade. Precisamos trazer novas empresas, convidá-las por conta da localidade, no eixo das rodovias Anhanguera e Castello Branco. Todas as políticas públicas que foram implantadas, como segurança e mobilidade urbana, isso atrai empresas para a cidade. Vamos utilizar esse vetor para trazer mais empresas e dar condições para a população. Faremos um pacto com o empresariado: você vai se instalar aqui, mas olhe pela população. Vamos capacitar a população, especialmente o jovem para a indústria 4.0. Tenho certeza de que Santana de Parnaíba vai crescer ainda mais no desenvolvimento de empregos.
Na edição de hoje do jornal Giro S/A, destacamos na manchete que o governador do estado convocou cinco cidades da região, inclusive Parnaíba, para uma reunião sobre os municípios que apresentam alta nos índices de leitos ocupados em decorrência do coronavírus. Neste momento, como está a situação da cidade?
Foi feio um planejamento de um hospital para tratamento do covid-19 permanente. Temos, hoje, 40% dos leitos ocupados, ainda estamos dentro da margem de segurança estabelecida. Nós voltamos para a fase amarela, mas tenho certeza que todos os cuidados que tomamos lá atrás serão suficientes. Hoje, temos todo o aparato, profissionais preparados. Tenho certeza que o hospital de campanha vai ficar nos 40%. Vamos estimular a população a manter o distanciamento social. Faremos tudo para proteger a população. Não podemos passar desses 40%, que já nos preocupa. Está sob controle. De todas as cidades do Brasil – importante enfatizar que tivemos perdas -, mas o menor índice de óbitos no Brasil foi em Santana de Parnaíba, pois tomamos preocupações. Mantivemos o hospital de campanha, mantivemos os leitos e os respiradores. Fizemos um trabalho para manter esse hospital como permanente, ele está acoplado a nosso sistema de saúde.
Ainda sobre a pandemia, no que diz respeito a educação, o senhor é favorável ao retorno das aulas presenciais no início do ano letivo? Como pretende lidar com a questão?
Vamos ter que analisar, trabalhar com cautela. Houve uma alta [de internações]. Em janeiro, precisaremos nos reunir com o secretário de educação e com o secretário de saúde e montar um gabinete, ouvir os pais e definir o melhor. Se o momento for de voltar, vamos voltar, mas precisamos preservar vidas. Se voltar, é preciso segurança. Não posso falar agora porque não sabemos como estará em janeiro. Em escolas de Educação Infantil, 35% dos alunos voltaram, com autorização dos pais. Temos também que avaliar como a secretaria de saúde do estado vai se comportar, mas precisamos preservar a vida de nossas crianças.
Parnaíba figura entre as cidades mais seguras do país. De que maneira o senhor pretende dar continuidade nesses índices, uma vez que o senhor tem experiência na área da segurança pública?
Santana de Parnaíba hoje tem uma marca como cidade mais segura com mais de 100 mil habitantes. Vamos intensificar. Vamos trazer para a secretaria de segurança pública inovação, tecnologia. Hoje, a segurança pública está atrelada à tecnologia. Vamos investir mais ainda na capacitação dos guardas municipais. Hoje, temos por volta de 400 homens e um diferencial. Uma meta do meu plano de governo será blindar todas as viaturas, vamos ser um case para todo o Brasil. Os guardas devem sair de casa vivos e voltarem para suas famílias vivas.
Santana de Parnaíba é uma cidade que tem grande vocação turística. O senhor pretende realizar investimentos nesse setor tão importante para a economia local?
O deputado estadual Cezar (PSDB) está em uma briga na Assembleia Legislativa para tornar Parnaíba uma estância turística. Todas as festas tradicionais nós vamos ampliar, como o Drama da Paixão, que é hoje o segundo maior evento ao ar livre do mundo. Vamos também fomentar nossa cultura trazendo novas modalidades para a cidade. Hoje temos a Feira do Automobilismo, o Drama da Paixão, Corpus Christi. Então vamos divulgar mais Santana para atrair turistas. Vamos promover mais essas grandes festas e trazer pessoas de outros estados.
