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Em visita ao Giro S/A, Lins concede entrevista exclusiva ao GiroPlay. Veja os melhores momentos

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Rogério Lins garantiu que não haverá lockdown em Osasco (Foto: Francisco Cepeda / Giro S/A)

Na noite de quinta (26), o prefeito reeleito de Osasco, Rogério Lins (Podemos) participou de uma entrevista exclusiva no estúdio GiroPlay, na sede do jornal Giro S/A, em Osasco. Na conversa, estiveram presentes a diretora de redação do Giro, Cláudia Azevedo, e o editor-chefe, João Felipe Cândido. 

Essa entrevista faz parte de uma série que o GiroPlay vai promover com os prefeitos eleitos das 11 cidades da região oeste da Grande São Paulo que fazem parte do Cioeste. Atualmente, Osasco figura entre os municípios mais importantes do corredor oeste. A cidade detém o 2º maior PIB do estado e 6º do país, com um orçamento de cerca de R$ 3 bilhões anuais.

A seguir, confira os melhores momentos do encontro. O link da entrevista completa está no final da reportagem. 

ECONOMIA: 

Hoje foi divulgado que o país teve recorde de empregos formais no mês de outubro, por volta de 394 mil vagas segundo o Caged. Osasco vai acompanhar esse cenário positivo?
“Nós estamos indo para o quarto mês consecutivo no azul do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Osasco deve ser a locomotiva da região metropolitana na geração de emprego. Todas as semanas, temos recebido protocolos de intenções de novas empresas que querem vir gerar negócios em nossa cidade. Nós recebemos a excelente notícia da Mercadocar, a Havan, o calçadão [da Antônio Agu] que agora vai funcionar no terceiro turno e gerar milhares de novos empregos e, principalmente as grandes empresas de tecnologia.

Com a redução do ISS de Osasco para 2% no setor de tecnologia, que é a taxa mínima, igual a Santana de Parnaíba, Barueri, nós conseguimos atrair, em quatro anos, as principais empresas de tecnologia para a nossa cidade. Agora, recentemente, anunciamos a Rappi. Além do iFood, do Mercado Livre, da B2W, da Submarino, trouxemos mais uma gigante empresa de tecnologia, que gera muitos empregos, com uma remuneração boa. E obviamente que emprego e renda para a cidade, é sinônimo de família protegida.

Diante um momento tão desafiador, com empresas fechando, com dificuldade de obter crédito, quais medidas o senhor pretende colocar em prática para gerar emprego e renda em seu próximo mandato?
Temos feito busca ativa de novas empresas e novos empreendimentos para nossa cidade. Nós temos um setor técnico que hoje consegue representar nossa cidade com as características que ela tem, que são diferenciadas da maioria das cidades do Brasil. Nós temos um sistema financeiro e tributário que consegue se organizar para o modelo de negócio que a pessoa precisa estabelecer.

Apesar de estarmos em uma megalópole, eu cancelo qualquer agenda para atender uma empresa que queira consolidar um negócio em Osasco. Esse atendimento personalíssimo faz com que a empresa se sinta acolhida. A única coisa que a gente pede: que cada unidade de trabalho, não importa o nível de escolaridade ou função, seja oferecido prioritariamente em nossos portais do trabalhador e possa dar oportunidade ao povo de nossa cidade. Isso tem dado um resultado muito bom, e nossa meta é intensificar essa ação. A gente quer ser a cidade que mais vai gerar emprego nesse final de ano e no próximo na região metropolitana.

SAÚDE

Foi assunto em muitos jornais na última semana: o Rio de Janeiro não tem mais leitos para tratamento de covid-19. Osasco está com 65% de ocupação. Não seria um índice alarmante? Com qual tendência a prefeitura trabalha para as próximas semanas, sendo que o senhor anunciou a reabertura de uma ala na Policlínica?
Como nós não montamos estruturas provisórias para a covid, como hospitais de campanha em estádio de futebol, em centro de eventos – respeito os gestores que tiveram essa decisão – , em nosso governo, ampliamos a estrutura dentro das nossas repartições de saúde pública, ou seja: fiz um segundo andar no Pronto-socorro do Jardim d’Abril. Ampliei e modernizei a infraestrutura do Pronto-Socorro do Santo Antônio. Fizemos a mesma coisa na Policlínica da zona norte. Hoje tenho uma ala anexa que pode chegar a 150 leitos para atender a covid. Em algumas horas consigo colocá-la em operação. Hoje, temos uma ocupação de 65% porque eu só contabilizo o Hospital Antônio Giglio e o Pronto-Socorro do Jardim d’Abril. Se eu precisar, e óbvio que estamos monitorando isso dia após dia, eu consigo fazer essa ocupação ficar em 15% ou 20%. Basta reabrir o Pronto-socorro Santo Antônio para covid, reabrir o Pronto-Socorro Osmar Mesquita e colocar todo o espaço que eu tenho da Policlínica, da ala covid, para atender a população. Ou seja: ainda é uma situação sob controle, mas com sinal amarelo piscante à nossa frente.

Novembro foi o mês com menor número diário de óbitos por covid desde o início da pandemia. Temos um número de óbitos diário inferior a 0,8 ao dia. Para o tamanho da cidade, é um número muito pequeno. Além disso, a taxa de transmissão hoje é de 1,5. No pico, a velocidade de transmissão chegou a 20. Estamos 90% a menos, mas ela já chegou a 0,9, agora está em 1,5. É uma pequena inclinação, mas quando fazemos um comparativo, e eu avalia isso todos os dias, duas vezes, de manhã e ao final do dia, e eu avalio Carapicuíba, Santana de Parnaíba, Barueri, Itapevi, também faço um comparativo com Ribeirão Preto, com as cidades do ABC paulista, Campinas e Guarulhos, Osasco é a melhor cidade na evolução da pandemia. Então, obviamente, já vendo o que está acontecendo nos Estados Unidos, na França, na Itália, entre outros países e cidades do mundo, estou fazendo a parte preventiva. Por enquanto, estou reabrindo um terço da infraestrutura da Policlínica da Zona Norte, que é mais do que suficiente para deixar a infraestrutura preparada para atender a população. Se eu perceber que está tendo evolução, vou abrir novos leitos. Mas não é um momento nem próximo do que já passamos. Não vai ter lockdown em Osasco. Continuamos na fase verde do Plano São Paulo. Mas vai ter uma nova classificação: se o governo do estado entender que tem uma reavaliação… Mas eu acho que dificilmente vai ter um retrocesso grande na cidade de Osasco. Os nossos números não apontam para isso. Mas quero dividir essa responsabilidade com a população: esse não é um desafio só do poder público; se as pessoas pararem de usar máscara, se as pessoas começarem a fazer festa, todo mundo sem máscara, consumindo alimentos, bebidas no mesmo copo, não respeitando mais o isolamento social, entre outras coisas, vão aumentar os casos. Quando há medidas restritivas por muito tempo, a tendência é as pessoas irem relaxando, e esquecendo de usar o que antes elas tinham o hábito de fazer. É fundamental que cada um faça a sua parte, se não, vão aumentar os casos, vai aumentar posteriormente a ocupação dos leitos, o número de óbitos e também as medidas de restrição de horários e comerciais. Quem perde com isso? Todo mundo: a economia, a vida, a cidade como um todo.

EDUCAÇÃO 

Como o senhor pretende trabalhar no próximo ano letivo, em um cenário em que a vacina contra a covid ainda não foi disponibiliza?
Fui um dos primeiros prefeitos da região a me posicionar contra o retorno das aulas neste ano. Independentemente do que acontecer, preciso proteger a vida das crianças e das famílias, porque a criança é um agente transmissor. Pode pegar, ficar assintomática e levar isso para a casa dos avós, dos tios.

Também preciso proteger os profissionais da educação. Só na nossa rede tenho mais de 1,5 mil profissionais do grupo de risco. E é uma operação que envolve mais de 100 mil pessoas por dia. Então, essa foi uma decisão que tomamos e vamos manter: não tem retorno de aula em escola pública esse ano. Em contrapartida, mantivemos o cartão-merenda em casa, para fazer complementação alimentar e nutricional. A principal refeição que a criança tinha era a merenda da escola, então conseguimos manter isso.

Estamos finalizando a licitação para comprar tablets com acesso à internet para crianças do ensino fundamental. É muito fácil falar: fique em casa, faça aula online e não tenha prejuízo pedagógico e educacional. Infelizmente, não é a realidade para muitas famílias de nossa cidade. Para equilibrar essa desigualdade, vamos distribuir um tablet para cada criança do ensino fundamental, prevendo a possibilidade de não retornarmos as aulas presenciais no começo do ano. Não vou retomar as aulas com pressa, não vou retornar se não tiver 100% de segurança. Se eu tinha que proteger crianças e professores neste ano, no próximo eu continuo com a mesma linha. Não tem que ter pressa: a vida está acima do conteúdo pedagógico-educacional.

Vamos esperar o retorno com segurança. Preparamos um protocolo para um retorno seguro: temos uma regra de distanciamento, vamos disponibilizar a questão das máscaras, EPIs, álcool em gel. Mas farei isso no momento certo, quando tanto os técnicos da saúde quanto da educação falarem que agora é o momento. Então, não será uma decisão política, e sim técnica. Educação e saúde para proteger a vida das pessoas.

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