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Cotia: em sessão “relâmpago”, vereadores ignoram investigação contra secretários municipais

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Sessão aconteceu em menos de 30 minutos e parlamentares adotaram o silêncio (Divulgação/Câmara de Cotia)

Rapidez. Essa é a palavra que marcou a sessão desta terça-feira (28), na Câmara Municipal de Cotia. Sem discutir projetos, vetos ou outras propostas, os vereadores entraram em plenário e em menos de 30 minutos encerraram o expediente, sem comentar a Operação Nerthus, que teve como alvo secretários municipais do prefeito Rogério Franco (PSD).

Presente na sessão ordinária, o vereador Sérgio Folha (PV), que foi secretário de Habitação na gestão Franco e alvo da ação do Gaeco, optou por não utilizar a tribuna para comentar o caso. O parlamentar, que sempre faz uso da tribuna para justificar suas indicações e falar sobre ações do governo, participou das votações, mas preferiu deixar o plenário após a sessão ser encerrada.

Além de Sérgio Folha, os secretários Vitor Marque (Assuntos Jurídicos) e Gustavo Clemente (Meio Ambiente) também são investigados na ação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Militar Ambiental. A ação visa desarticular uma organização criminosa que pratica crimes contra a lei de parcelamento do solo, contra o meio ambiente e de corrupção ativa e passiva na cidade. O Gaeco informou a apreensão de R$ 122 mil com os dois secretários do município.

Investigação

A investigação teve origem com a Operação Fast Track, deflagrada em novembro de 2020, quando se identificou e desarticulou uma célula jurídica da facção criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC), “Setor Universo”. Com base nos elementos colhidos naquela investigação, também presidida pelo Gaeco, identificou-se uma organização criminosa que atua desde meados de 2018 no Parque das Nascentes, em Cotia.

De acordo com a apuração, o local apresenta grande relevância ambiental por abarcar 13 nascentes e respectivos cursos d’água. Trata-se de Área de Preservação Permanente (APP). Porém, a região tem sido alvo da organização criminosa investigada, que passou a implantar loteamentos clandestinos. Para tanto, utiliza-se de mecanismos agressivos de desmonte ambiental, o assim denominado “correntão”. Além de gravemente lesivo à flora, a prática resulta em alta mortandade de animais, que não conseguem fugir.

O Ministério Público (MP) também apura a possível participação do prefeito de Cotia, Rogério Franco no caso. Segundo o portal “Cotia e Cia” um dos suspeitos de integrar a organização criminosa, revelou ao MP, que teria participado de reuniões dentro da Prefeitura de Cotia, ocasiões em que foram articuladas estratégias de atuação envolvendo servidores públicos municipais e que em um diálogo por telefone entre dois suspeitos, o MP afirma que foi possível concluir que ambos se referiam a Rogério Franco com o termo ‘homi’.

A reportagem do Giro S/A tentou contato com o prefeito Rogério Franco (PSD), mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. 

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