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Pandemia provoca queda de 72% na abertura de empresas em SP

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A desaceleração da economia provocada pela pandemia de covid-19 reduziu em três quartos a abertura de novas empresas e de filiais no Estado de São Paulo na comparação entre o mês de abril e os cinco primeiros dias de maio deste ano com o mesmo período do ano passado. O dado foi apurado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a partir de informações da Junta Comercial do Estado de São Paulo, publicadas semanalmente no Diário Oficial.

Segundo o texto do Ipea, Carta de Conjuntura 47 (2º trimestre), assinado pelos pesquisadores Alexandre Samy de Castro e Bruno Filomeno da Rocha, foram abertas 1.265 novas empresas e 136 novas filiais no período analisado, que correspondem ao intervalo entre a 14ª e 18ª semana do ano. Entre a 14ª e 18ª semana de 2019 foram constituídas 4.471 empresas e 496 filiais. Queda de 71,7% e 72,6%.

Nenhum setor observado, conforme as divisões da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), teve aumento na criação de empresas ou abertura de filiais. O desempenho varia conforme a área de negócio. Das empresas constituídas no período observado este ano, 652 eram firmas e sociedades limitadas e 564 eram micro e pequenas empresas.

“No comércio varejista, vestuário, calçados, tecidos, colchoaria, iluminação e linha branca reduziram fortemente a participação nas aberturas, enquanto equipamentos de informática, telefonia e comunicações e gás liquefeito de petróleo (GLP) aumentaram. Nas atividades de serviços de escritório, a organização de eventos perdeu participação para serviços de escritório e apoio administrativo. No comércio atacadista, máquinas, aparelhos e equipamentos, exceto de tecnologias de informação e comunicação, perderam para outros segmentos, como o de alimentos e insumos agropecuários. Nos transportes terrestres, o segmento de passageiros apresentou uma forte queda, em contraste com o segmento de cargas, com uma forte alta”, descreve a Carta de Conjuntura

Cancelamento de empresas

O Ipea também observou queda abrupta nos números de cancelamento de empresas (menos 92,6%) entre a 14ª e 18ª semana de 2019 e o mesmo intervalo em 2020. Conforme o instituto, nesse período no ano passado foram encerradas 1.491 empresas. Neste ano, 111 empresas.

O dado, no entanto, não é indicativo de maior sobrevivência de empresas. “A aparente queda na mortalidade deve ser interpretada com cautela, pois o cancelamento de uma empresa, além de resultar em custos contábeis/administrativos imediatos, pode produzir também consequências para o sócio ou empresário, do ponto de vista tributário e de responsabilização da pessoa física, por conta de passivos diversos em aberto. Esses fatores ganham importância num contexto de restrições extremas de caixa”, assinala a publicação.

Por fim, os autores alertam para o que chamam de “cenário econômico tão desafiador” e as baixas expectativas de retomada. “Vale frisar que esta crise econômica, cuja matriz é exógena e de caráter imprevisível (a trajetória da epidemia), reúne no Brasil um conjunto de riscos internos e externos, em um autêntico pot-pourri de problemas observados no passado operando simultaneamente no presente: risco de crédito, risco cambial, risco fiscal, risco político-institucional e federativo, risco de termos de troca, incerteza de demanda interna e externa, riscos geopolíticos e, por fim, mas não menos importante, risco regulatório e insegurança jurídica.”

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