Devido ao isolamento social em decorrência do Covid-19, a suspensão de aulas presenciais e o aumento do desemprego poderão aumentar os índices de inadimplência e evasão das faculdades privadas, segundo o Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior Privado (Semesp).
Diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, prevê que em um cenário considerado “pessimista” a taxa de inadimplência das mensalidades de universidades privadas deve subir de 9,5%, em 2019, para até 11,2% neste ano. Em uma projeção de cenário “realista”, o índice deve ficar em 10,6%. Já no cenário “otimista”, ficaria em 10,1%.
O pagamento da mensalidade deve estar atrasado há pelo menos 90 dias para ser considerado como inadimplência. Porém como o isolamento social começou a menos tempo, o Semesp considerou a inadimplência pelo prazo de apenas 30 dias. Nesse recorte, comparando a taxa de inadimplência referente ao mês de abril, ela aumentou de 14,9% (abril de 2019) para 25,5% (abril de 2020). Capelato ressalta que isso corresponde a uma variação de 71%.
A taxa de evasão dos alunos é outra preocupação. De 2016 a 2019, o índice variou entre 30,3% (2017) e 31,8% (2018). Em 2019, ficou em 31%. Na projeção apresentada pela Semesp, em um cenário “realista”, o índice deverá ficar em 33,1% em 2020. Já em cenários pessimista e otimista, a inadimplência pode ficar em 34,4% e 32,4%, respectivamente.
O desemprego irá prejudicar o setor de faculdades privadas porque os alunos irão trancar matrículas. Essa situação apresenta um risco mesmo tendo previsão de os alunos retornarem aulas depois da quarentena, ressalta o diretor.
A tramitação de projetos de lei que preveem uma redução de mensalidades, devido a suspensão das aulas presenciais, tem feito os alunos aguardarem desconto, o que colaboraria para o aumento da inadimplência, segundo o representante das instituições de ensino superior privadas.
