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Derivados das carnes e da batata desaceleram, segundo APAS e FIPE

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De janeiro a dezembro o IPS foi de 10,21% (Divulgação/Freepik)

Dezembro é considerado um mês com alta no preço de alguns alimentos devido ao elevado consumo nas festas de final de ano. Tanto que registrou inflação de 1,03% no Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). No período de janeiro a dezembro, o IPS foi de 10,21%.

O aspecto positivo é a redução de produtos que integravam a cesta de produtos inflacionados ao longo de 2021, como as carnes. No caso dos derivados das carnes, ocorreu uma redução de 1,03% em dezembro, já que a cadeia produtiva não foi afetada pela demanda das compras das ceias natalinas e de Réveillon. Itens como peito de peru, presunto, toucinho defumado, empanados de frango e pertences de feijoada contribuíram para a deflação do índice geral dessa categoria.

“A expectativa para este ano é que os preços estabilizem com o controle gradativo e efetivo da política de controle da meta inflacionária adotada pelo Banco Central. Em alguns indicadores, como o IGP-M e o IPCA, é possível perceber os resultados dessa redução. A influência da demanda internacional das commodities e a capacidade de compra das famílias também são aspectos relacionados à estabilidade econômica”, explica Diego Pereira, economista da APAS.

Para a engenheira metalúrgica Adriana Vieira, é comum os preços de algumas carnes estarem mais elevados nos finais de ano devido às ceias. “Essas carnes tem o custo menor valores no ano seguinte. Quem se programa consegue comprá-las sem os “preços natalinos”, afirma Adriana.

Em relação ao trivial, ou seja, a comida do dia a dia – carne de boi, feijão arroz, frango, legumes, etc. – “o preço está o mesmo do ano passado”, acrescenta a engenheira.

Hortifrutigranjeiros

Dentre os hortifrutigranjeiros (produtos in natura), os tubérculos apresentaram redução de 2,01% e de 9,07% no acumulado do ano, puxada principalmente pela batata, que deflacionou 19,62% no mês de dezembro e 29,43% no ano. A elevação da oferta provocou a queda, mesmo com regiões produtoras afetadas pelas geadas de maio.

No geral, o IPS dos hortifrutigranjeiros registrou crescimento de 3,16% no mês e de 4,95% de janeiro a dezembro. A grande procura por frutas para as festividades de Natal e Réveillon trouxe uma inflação de 7,22% e de 3,99% no acumulado do ano.

Carnes e industrializados fecham o ano em alta

As carnes vinham desacelerando nos três meses anteriores a dezembro de 2021. Porém, sofreram os impactos da demanda sazonal das festas de fim de ano e apresentaram inflação de 1,04% no mês e de 13,85% no ano.

No entanto, o cenário é favorável para 2022. As projeções apontam para estabilidade no preço dos cortes bovinos devido ao equilíbrio do custo de produção, causado pela acomodação dos valores das commodities internacionais. O recorde histórico de 221 milhões de cabeças alcançado pelo setor no ano passado também contribuíram para essa projeção.

A cesta dos industrializados registrou inflação de 1,25% em dezembro e de 14,36 % em todo o ano de 2021, influenciada principalmente pelos produtos derivados do leite, panificados e café. Os itens panificados sofreram, afinal parte do trigo usado na produção é importado. Essa elevação no custo produtivo por conta dos efeitos cambiais causou uma alta de 0,25% em dezembro e de 10,68% no acumulado de 2021.

Bebidas

Bebidas não alcoólicas apresentaram inflação de 0,67% no mês e de 7,52% no acumulado do ano. Um dos principais vilões da cesta foi o refrigerante, que subiu 0,62% em dezembro.

O preço das bebidas alcoólicas também sofreu inflação de 0,73%. A influência veio da cerveja, com alta de 1,01% no último mês de 2021. No ano passado, as bebidas alcoólicas acumularam alta de 3,20%. Para 2022, a expectativa é de elevação para todos os produtos que dependem da cana de açúcar ou da importação de outras matérias-primas. A cana de açúcar sofreu redução de 13,2% na safra 2021/2022.

Produtos de higiene e limpeza

Artigos de higiene e beleza registraram alta de 1,41% em dezembro e de 10,10% no acumulado do ano. Os principais efeitos vieram do sabonete e do creme dental, que subiram 1,38% e 2,99%, respectivamente. Os produtos de limpeza alcançaram inflação de 1,18% no mês e de 12,57% no ano. O destaque foi do sabão em pó, com a taxa mais elevada no mês: 1,59%.

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