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Exclusão de artistas e professores do MEI obriga Bolsonaro revogar decisão

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A Secretaria Executiva do Simples Nacional divulgou comunicado neste sábado (7) que encaminharia ao Comitê Gestor do programa proposta de revogação da medida que excluiu 14 ocupações da lista das atividades que podem atuar como microempreendedores individuais (MEI). Metade delas são ligadas à área cultural. No mesmo dia, forçado pela repercussão na internet por conta da decisão, o presidente Jair Bolsonaro, determinou a revogação do decreto.  

A Secretaria Executiva do Simples Nacional encaminhará proposta de ampla revisão da lista das 500 atividades que podem atuar como MEI (Foto: Patrícia Cruz/Sebrae)

Na lista dos profissionais excluídos do MEI, conforme resolução número 150, do Comitê Gestor do Simples Nacional, publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (6), estão cantores e músicos independentes, DJs, VJs, humoristas ou contadores de histórias, instrutores de artes cênicas, instrutores de arte e cultura, instrutores de música e proprietários de bar com entretenimento. Veja a lista: Diário Oficial da União. 

Todo ano, o Comitê Gestor do Simples Nacional, formado por quatro representantes da Secretaria da Receita Federal, dois dos estados e do Distrito Federal e dois dos municípios, revisa as atividades enquadradas como MEI.

Os profissionais autônomos só podem ser enquadrados como MEI se a ocupação estiver na lista definida pelo Comitê Gestor. Há ainda limite de faturamento de até R$ 81 mil por ano, o microempreendedor não pode ser sócio, administrador ou titular de outra empresa e é permitido contratar no máximo um empregado.

Os microempreendedores individuais são enquadrados no Simples Nacional e ficam isentos dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL), têm cobertura da Previdência Social e valor fixo de recolhimento de tributos (INSS, ISS ou ICMS).

Ao ser desenquadrado, o empreendedor poderá ser considerado microempresa ou empresa de pequeno porte.

Crise

A decisão do Conselho Gestor gerou polêmica. Além de criar uma fenda dentro do próprio Simples Nacional, obrigou o Congresso Nacional a se manifestar.

Antes da proposta de revogação da medida, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou, no Twitter, ser contra a resolução. “Sou contra essa resolução do Conselho Gestor do Simples Nacional. A cultura – e todos que trabalham com ela – é um patrimônio do país. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, me ligou de Madri e me avisou que vai pautar na terça [10] o decreto legislativo. A Câmara seguirá o Senado e votará no dia seguinte. Essa é uma decisão que não faz sentido. A cultura é a alma da nossa democracia”.

Alcolumbre está em Madri, na Espanha, onde participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-25.

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