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Bohemian Rhapsody

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Por Daniel Reininger

Bohemian Rhapsody, ao contrário da música que dá nome ao filme, é óbvio e convencional, seguindo todos os aspectos das biografias de grandes estrelas do rock. Isso não quer dizer que o filme não seja divertido, afinal quem ama Queen vai pirar com as músicas, mas o único destaque real é a atuação carismática e enérgica de Rami Malek como Freddie Mercury, sem ele, esse filme seria apenas um videoclipe de 2 horas sobre a banda.

Malek está mais do que à altura da tarefa de dar vida à Freddie Mercury, capturando a alma do cantor, deixando claro o contrastante entre vulnerabilidade e autoconfiança e segura o filme sozinho mesmo quando o roteiro decepciona. O ator deveria, ao menos, ser indicados a muitos prêmios por sua atuação.

Assim com o Queen, Malek precisa de seus coadjuvantes para funcionar e Gwilym Lee como Brian May, Ben Hardy como Roger Taylor, e Joe Mazzello como John Deacon, são cruciais para o longa funcionar. Falta desenvolvimento de roteiro para esses personagens, mas carisma e as interações com Freddie acabam compensando um pouco.

Vale apontar também a participação de Mike Myers, como um executivo de uma gravadora que não acha que a música “Bohemian Rhapsody” será algo que as crianças vão balançar a cabeça ouvindo, obviamente é uma referência ao personagem do ator em Wayne’s World (Quanto Mais Idiota Melhor). Quem não se lembra da cena dos amigos no carro balançando a cabeça ao som dessa incrível música.

O lado negativo do elenco fica por conta de Allen Leech como Paul Prenter, um ex-assistente que se tornou o gerente pessoal de Freddy e namorado abusivo. Ele vive um antagonista bem vilanesco, sem simpatia alguma e totalmente demonizado pelo roteiro. É um personagem raso criado apenas para justificar a degradação de Freddie. Obviamente, pessoas manipuladoras assim existem, mas sua maldade não fica tão óbvia o tempo todo, como nesse filme.

Embora momentos realmente bons aconteçam quando o filme mostra como o Queen compôs algumas de suas músicas clássicas, o filme, falta muita coisa pra essa biografia ser realmente satisfatória como obra cinematográfica. As músicas ganham espaço demais, porém acabam por agradar ao espectador porque é Queen, em Imax. Não tem como não se animar. Mas questões como o pouco espaço para o romance de Freddie com Jim, no final de sua vida, enquanto a sua relação com Mary tem uma superexposição, deixa as coisas bem frustrantes. Eu, pelo menos, tinha muito interesse em ver mais da pessoa que o cantor escolheu para passar seus últimos anos de vida.

Queen é Queen. Para quem curte a banda, como eu, Bohemian Rhapsody é um filme muito divertido e emocionante. Só que é também muito superficial, incapaz de assumir riscos ao evitar as maiores polêmicas e dramas da vida do protagonista. Se não fosse por Malek como Mercury e a trilha do Queen para compensar as falhas narrativas, o longa seria totalmente descartável. Só que mesmo incapaz de fazer jus ao legado de Freddie como poderia, essa produção é obrigatória para todos que curtem a banda e querem saber um pouco mais sobre um dos maiores roqueiros da história.

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