Roubo de relógio de luxo em Osasco desvenda comercialização do produto em shopping de luxo na Capital
O roubo de um relógio de luxo de um promotor de Justiça, em dezembro do ano passado, em um bairro nobre da cidade de Osasco, levou o Ministério Público de São Paulo (MPSP) a desvendar uma possível revenda do produto em um Shopping de alto padrão da capital. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organiza (GAECO) realizou, nesta quarta-feira (26), a Operação Diamante de Sangue que investiga o esquema.
A ação apura a atuação de uma associação criminosa especializada na receptação de relógios de luxo, cujo a venda dos objetos produtos de crime são comercializados no Shopping Cidade Jardim, na zona Sul da Capital. Nesta primeira etapa foram cumpridos catorze mandados de busca e apreensão no Estado de São Paulo e em Minas Gerais expedidos pelo Departamento de Inquéritos Policiais da Capital (DIPO).
Segundo o MPSP, a investigação teve início no plantão judiciário criminal da Capital no último sábado dia 22, oportunidade em que os promotores de Justiça do GAECO tiveram conhecimento dos fatos por distribuição aleatória e imediatamente iniciaram os trabalhos investigativos.
Na última sexta-feira (21), o promotor de Justiça que teve seu relógio avaliado em R$ 100 mil roubado em Osasco, no momento em que deixava um prédio residencial quando foi surpreendido por dois criminosos em uma moto que levou o artigo de luxo, a carteira e o celular. Ele encontrou o produto por acaso na loja Royale Watches, do Shopping Cidade Jardim. Após o crime, o jurista, que segue em rede social uma vendedora de objetos de luxo, viu o artigo idêntico ao seu publicado. A partir daí, ele foi até o centro comercial, fotografou o item e confirmou ser o seu. A Polícia foi acionada e o dono da loja, Gustavo Queiroz Pires, foi preso por receptação.
Por se tratar de venda de objetos de luxo em shopping na área nobre da cidade, era imprescindível a adoção de medidas cautelares de urgência e diligências imediatas, com a finalidade que não se perdesse os objetos de origem espúria, informou o GAECO.
Ao todo, foram apreendidos mais de uma centena de relógios de luxo sem comprovação de origem, além de documentos, materiais eletrônicos e aparelho telefônicos.
De acordo com o TJSP, foi concedida a liberdade provisória a Gustavo Queiroz Pires após pagamento de fiança de R$ 10 mil e o cumprimento de medidas cautelares.
"O Shopping Cidade Jardim acompanha as investigações em andamento. O shopping não é responsável pela fiscalização de produtos comercializados pelos lojistas. Caso irregularidades sejam comprovadas, o shopping adotará as medidas cabíveis, podendo chegar à rescisão do contrato. O Shopping Cidade Jardim não compactua e não admite práticas desleais, diz em nota o Cidade Jardim."
Procuradas a Royale Watches informou que colabora com as investigações e diz que o fato é um caso inédito em suas atividades. "A Royale Watches teve conhecimento do roubo pela própria vítima, que acompanhando as redes sociais da empresa verificou a apresentação da peça em questão no Instagram da Royale Watches e se deslocou até a loja. Tão logo os fatos foram confirmados e a peça identificada, a mesma foi devolvida à vítima, seguindo os trâmites legais, orientados pela Justiça", diz a loja.
Leia na integra a nota da investigada:
A Royale Watches, marca referência em peças seminovas de alta relojoaria, vem colaborando com a Justiça para elucidação de um caso inédito em suas atividades. Na última sexta-feira (21), foi descoberto que uma das peças disponíveis na loja - objeto de consignação - era fruto de roubo.
Vale ressaltar que a Royale Watches é uma marca que adota alto nível de exigência e correção, tanto em termos de documentação, como em registros das peças. E que tem amplo interesse na elucidação completa do caso. Dessa forma, continuará à inteira disposição dos órgãos competentes pela investigação para contribuir no que for necessário.
IMPORTANTE
O relógio em questão foi recebido em consignação pela Royale Watches pelo valor de R$ 70.000,00, conforme nota de consignação emitida acompanhada de contrato de consignação do produto, documentos estes entregues à polícia. Vale ressaltar que, o relógio em questão não custa R$ 100.000,00, conforme divulgado inicialmente pela vítima, pois não se trata de um produto novo. O modelo Omega, ano 2018, custa para o mercado entre R$ 78.000,00 a R$ 85.000,00 por se tratar de produto usado e não novo.
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